medico, e trocar com elle algumas palavras, disse-lhe que ia á casa de Magdalena, e despedio-se.
Estevão estremeceu de satisfação.
Acompanhou de longe o amigo e vio-o entrar em uma casa.
— É alli, pensou elle.
E afastou-se rapidamente.
Quando entrou em casa achou uma carta para elle: a lettra, que lhe era desconhecida, estava traçada com elegancia e cuidado: a carta rescendia de sandalo.
O medico rompeu o lacre.
A carta dizia assim:
« Amanhã toma-se chá em minha casa. Se quizer vir passar algumas horas comnosco dar-nos-ha sumo prazer. — Magdalena C... »
Estevão leu e releu o bilhete; teve idéa de leval-o aos labios, mas envergonhado diante de si proprio por uma idéa que lhe parecia de fraqueza, cheirou simplesmente o bilhete e metteu-o no bolso.
Estevão era um pouco fatalista.
— Se eu não fosse áquelle baile não conhecia esta mulher, não andava agora com estes cuidados, e tinha conjurado uma desgraça ou uma felicidade, porque ambas as cousas podem nascer d’este encontro fortuito. Que será? Eis-me na duvida de Hamleto. Devo ir á casa d’ella? A cortezia pede que vá.