Lourenço não acreditou nas palavras da sobrinha, e instou com ella para que lhe contasse o que havia.

Adelaide tinha grande confiança no tio, até por causa da sua rudeza de maneiras. No fim de alguns minutos de instancias, Adelaide contou a Lourenço a scena com o pai.

— Então, é por isso que estás chorando, pequena?

— Pois então? Como fugir ao casamento?

— Descansa, não te casarás; eu te prometto que não te has de casar...

A moça sentio um estremecimento de alegria.

— Promette, meu tio, que ha de convencer a papai?

— Hei de vencêl-o ou convencêl-o, não importa; tu não te has de casar. Teu pai é um tolo.

Lourenço subio ao gabinete de Vasconcellos, exactamente no momento em que este se dispunha a sahir.

— Vais sahir? perguntou-lhe Lourenço.

— Vou.

— Preciso fallar-te.

Lourenço sentou-se; e Vasconcellos, que já tinha o chapéo na cabeça, esperou de pé que elle fallasse.

— Senta-te, disse Lourenço.

Vascóncellos sentou-se.