gabinete o irmão, sempre com o ar selvagem do costume.
A presença de Lourenço inspirou a Vasconcellos a idéa de contar-lhe tudo.
Lourenço era um homem de bom senso, e em caso de necessidade era um apoio.
O irmão ouvio tudo quanto Vasconcellos contou, e concluindo este, rompeu o seu silencio com estas palavras:
— Tudo isso é uma tolice; se tua mulher recusa o casamento, será por qualquer outro motivo que não esse.
— Mas é o casamento com o Gomes que ella recusa.
— Sim, porque lhe fallaste no Gomes; falla-lhe em outro, talvez recuse do mesmo modo. Ha de haver outro motivo; talvez Adelaide lhe contasse, talvez lhe pedisse para oppôr-se, porque tua filha não ama o rapaz, e não póde casar com elle.
— Não casará...
— Não só por isso, mas até porque...
— Acaba.
— Até porque este casamento é uma especulação do Gomes.
— Uma especulação? perguntou Vasconcellos.
— Igual á tua, disse Lourenço. Tu dás-lhe a