Houve um silencio.
— D. Eugenia, disse elle sentando-se; não quero por mais tempo occultar o segredo que faz o tormento da minha vida. Fôra um sacrificio inutil. Feliz ou infeliz, prefiro a certeza da minha situação. D. Eugenia, eu amo-a.
Não te posso descrever como fiquei ouvindo estas palavras. Senti que empallidecia; minhas mãos estavão geladas. Quiz fallar: não pude.
Emilio continuou:
— Oh! eu bem sei a que me exponho. Vejo como este amor é culpado. Mas que quer? É fatalidade. Andei tantas leguas, passei á ilharga de tantas belezas, sem que o meu coração pulsasse. Estava-me reservada a ventura rara ou o tremendo infortunio de ser amado ou desprezado pela senhora. Curvo-me ao destino. Qualquer que seja a resposta que eu possa obter, não recuso, aceito. Que me responde?
Emquanto elle fallava, eu podia, ouvindo-lhe as palavras, reunir algumas idéas. Quando elle acabou levantei os olhos e disse:
— Que resposta espera de mim?
— Qualquer.
— Só póde esperar uma...
— Não me ama?
— Não! Nem posso e nem amo, nem amaria se pudesse ou quizesse... Peço que se retire.