peralvilho. Soube ver e sabia contar. Estas duas qualidades, indispensaveis ao viajante, por desgraça são as mais raras. A maioria das pessoas que viajão nem sabem ver, nem sabem contar.
Tito tinha andado por todas as republicas do mar Pacifico, tinha vivido no Mexico e em alguns Estados americanos. Tinha depois ido á Europa no paquete da linha de New-York. Vio Londres e Paris. Foi á Hespanha, onde viveu a vida de Almaviva, dando serenatas ás janellas das Rosinas de hoje. Trouxe de lá alguns leques e mantilhas. Passou á Italia e levantou o espirito á altura das recordações da arte classica. Vio a sombra de Dante nas ruas de Florença; vio as almas dos doges pairando saudosas sobre as aguas viuvas do mar Adriatico; a terra de Raphael, de Virgilio e Miguel Angelo foi para elle uma fonte viva de recordações do passado e de impressões para o futuro. Foi á Grecia, onde soube evocar o espirito das gerações extinctas que derão ao genio da arte e da poesia um fulgor que atravessou as sombras dos seculos.
Viajou ainda mais o nosso heróe, e tudo vio com olhos de quem sabe ver e tudo contava com alma de quem sabe contar. Azevedo e Adelaide passavão horas esquecidas.
— Do amor, dizia elle, eu só sei que é uma palavra de quatro lettras, um tanto euphonica, é ver-