opiniões, e em segundo foi Vossa Excellencia quem me provocou. É infelizmente verdade, eu não creio nos amores leaes e eternos. Quero fazêl-a minha confidente. Houve um dia em que eu tentei amar; concentrei todas as forças vivas do meu coração; dispuz-me a reunir o meu orgulho e a minha illusão na cabeça do objecto amado. Que lição mestra! O objecto amado, depois de me alimentar as esperanças, casou-se com outro que não era nem mais bonito, nem mais amante.
— Que prova isso? perguntou a viuva.
— Prova que me aconteceu o que póde acontecer e acontece diariamente aos outros.
— Ora...
— Ha de me perdoar, mas eu creio que é uma cousa já mettida na massa do sangue.
— Não diga isso. É certo que póde acontecer casos d’esses; mas serão todos assim? Não admitte uma excepção? Aprofunde mais os corações alheios se quizer encontrar a verdade... e ha de encontrar.
— Qual! disse Tito abaixando a cabeça e batendo com a bengala na ponta do pé.
— Posso affirmal-o, disse Emilia.
— Duvido.
— Tenho pena de uma creatura assim, continuou a viuva. Não conhecer o amor é não conhecer a vida! Ha nada igual á união de duas almas que se