— Não aborrece a musica? perguntou ella abrindo o piano.

— Adoro-a, respondeu o moço sem se mover; agora quanto aos executantes só gosto dos bons. Os máos dá-me impetos de enforcal-os.

Emilia executou ao piano os preludios de uma symphonia. Tito ouvia-a com a mais profunda attenção. Realmente a bella viuva tocava divinamente.

— Então, disse ella levantando-se, devo ser enforcada?

— Deve ser coroada. Toca perfeitamente.

— Outro ponto em que não é original. Toda a gente me diz isso.

— Ah! eu tambem não nego a luz do sol.

N’este momento entrou na sala a tia de Emilia. Esta apresentou-lhe Tito. A conversa tomou então um tom pessoal e reservado; durou pouco, aliás porque Tito, travando repentinamente do chapéo, declarou que tinha que fazer.

— Até quando?

— Até sempre.

Despedio-se e sahio.

Emilia ainda o acompanhou com os olhos por algum tempo, da janella da casa. Mas Tito, como se o caso não fosse com elle, seguio sem olhar para trás.