« Esta ultima versão tinha por si duas circumstancias: a primeira era não constar nada de positivo que fizesse reconhecer no homem habitos de feiticeiro ou alienado; a segunda era a amizade que elle parecia votar ao macaco e o horror com que fugia ao olhar dos homens. Quando a gente se aborrece dos homens toma sempre a affeição dos animaes, que têm a vantagem de não discorrer, nem intrigar.

« O mysterioso... É preciso dar-lhe um nome: chamemo-lo Daniel. Daniel preferia o macaco, e não fallava a mais homem algum. Algumas vezes os viajantes que passavão pela estrada ouvião partir de dentro da casa gritos do macaco e do homem; era o homem que afagava o macaco.

« Como se alimentavão aquellas duas creaturas? Houve quem visse um dia de manhã abrir-se a porta, sahir o macaco e voltar pouco depois com um embrulho na boca. O tropeiro que presenciava esta scena quiz descobrir onde ia o macaco buscar aquelle embrulho que levava sem duvida os alimentos dos dous solitarios. Na manhã seguinte introduzio-se no matto; o macaco chegou á hora do costume, e dirigio-se para um tronco da arvore; havia sobre esse tronco um grande galho, que o bicho atirou ao chão. Depois, introduzindo as mãos no interior do velho tronco,