cobrio a causa da tristeza da moça e resolveu pôr termo áquella situação propondo ao sobrinho o casamento.
Soares não podia recusar abertamente sem comprometter o edificio da sua fortuna.
— Este casamento, disse-lhe o tio, é complemento da minha felicidade. De um só lance reuno duas pessoas que tanto estimo, e morro tranquillo sem levar nenhum pezar para o outro mundo. Estou que aceitarás.
— Aceito, meu tio; mas observo que o casamento assenta no amor, e eu não amo minha prima.
— Bem; has de amal-a; casa-te primeiro...
— Não desejo expôl-a a uma desillusão.
— Qual desillusão! disse o major sorrindo. Gosto de ouvir-te fallar essa linguagem poetica, mas casamento não é poesia. É verdade que é bom que duas pessoas antes de se casarem se tenhão já alguma estima mutua. Isso creio que tens. Lá fogos ardentes, meu rico sobrinho, são cousas que ficão bem em verso, e mesmo em prosa; mas na vida, que não é prosa nem verso, o casamento apenas exige certa conformidade de genio, de educação e de estima.
— Meu tio sabe que eu não me recuso a uma ordem sua.
— Ordem, não! Não te ordeno, proponho. Dizes que não amas tua prima; pois bem, faze por isso, e