Disse Deus na primavera: «Ponham a mesa ás lagartas!» E a cereijeira cobriu-se immediatamente de folhas, milhões de folhas, fresquinhas e verdejantes.
A lagarta, que estava dormindo dentro de casa, acordou, espreguiçou-se, abriu a bocca, esfregou os olhos e poz-se a comer tranquillamente as folhinhas tenras, dizendo: «Não se póde a gente despegar d'ellas. Quem é que me arranjou este banquete?»
Então Deus disse de novo: «Ponham a mesa ás abelhas!» E a cereijeira cobriu-se immediatamente de flores, milhões de flores delicadas e brancas.
E a abelha matinal aos primeiros raios da aurora pousou sobre ellas, dizendo: «Vamos tomar o nosso café; e que chavenas tão bonitas em que o deitaram!»
Provou com a linguita, exclamando: «Que deliciosa bebida! Não pouparam o assucar!»
No verão disse Deus: «Ponham a mesa aos passarinhos!» E a cereijeira cobriu-se de mil fructos appetitosos e vermelhos.