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CONTOS PARA A INFANCIA

A filha. — Oh! mamã, vejamos agora as obras de Deus.

A mãe. — Sabes o que é isto?

A filha. — Sei, mamã, é um casulo de bicho de seda.

A mãe. — Os fiosinhos que o compõem são muito finos, muito lisos; olha pelo microscopio a ver se te parecem deseguaes.

A filha (olhando pelo microscópio). — Não, mamã; os fios são todos eguaes, e o casulo é sempre muito liso, muito brilhante.

A mãe. — É porque é obra de Deus. Examinemos outras coisas. O que ha sobre este papel?

A filha. — Pontinhos feitos com tinta e manchasinhas redondas feitas também com tinta.

A mãe. — Estes pontinhos e estas manchas parecem-te perfeitamente redondos?

A filha. — Sim, mamã, perfeitamente redondos.

A mãe. — Vê-os agora ao microscopio.

A filha. — Oh! já não são redondos, são todos deseguaes.

A mãe. — Tira o papel; vejamos a obra de Deus. É uma aza de borboleta; vês que está mosqueada de pequeninas manchas redondas; olha pelo microscopio; o que é que vês?

A filha. — Vejo a mesma coisa que via sem o vidro, só com a differença que agora é maior. Que bellas que são as obras de Deus!

A mãe. — Merece bem a pena estudal-as.

A filha. — De certo. Farei sempre por isso, comparando-as com as obras dos homens.

A mãe. — E sempre e em tudo has de encontrar defeitos nas obras do homem, emquanto que