Carlos Magno n'uma das suas frequentes viagens viu o abade de S. Gall, preguiçosamente reclinado sobre almofadas á porta da abadia, fresco, rosado, bem disposto. Carlos Magno adorava os homens energicos e activos, e o abade era indolente. Além d'isso o imperador tinha mais d'um motivo de queixa contra elle.
— Bons dias, senhor abade. Ainda bem que o encontro. Tenho a submetter á sua esclarecida rasão tres perguntas, ás quaes terá a bondade de me responder d'aqui a tres mezes, contados dia a dia, em sessão solemne do nosso conselho imperial. Primeiro que tudo, desejo saber o meu valor em dinheiro; em segundo lugar, quanto tempo levaria a dar a volta ao mundo; em terceiro lugar, que estarei eu pensando no momento em que v. rev.ma vier á minha presença, pensamento que deve ser um erro. Trate d'arranjar resposta satisfatoria a tudo, aliás deixa de ser abade de S. Gall, e tem de abandonar a abadia, montado n'um burro com a cara voltada para o rabo.»
O abade não sabia a que santo se apegar. Mandou a todas as escolas, mas os doutores mais