Deixe-me agora, leitor, contar-lhe uma historia — a historia d'uma boneca!
Não ha muitos annos, mas ainda não era a cordoaria do Porto o ameno jardim, onde a infancia folga por entre macissos de flores e sob o sorriso do sol, sem que lhe ennegreça o espirito a vista dos dois monumentos, que a meu ver symbolisam as duas mais horriveis calamidades, que podem aniquillar um homem — o hospital e a cadeia! — ainda não ha muitos annos, repito, estava eu, uma noite, encostado a uma barraca da feira, divertindo-me a meu modo.
Cançado das innumeras figuras, que tinha visto passar por aquella especie de lanterna magica, dispunha-me a dar por findo o espectaculo, quando novos personagens me chamaram a attenção.
Eram os meus visinhos ricos.
Aqui é preciso uma rapida explicação.
Das famílias da minha visinhança, só conheço tres.
Qual d'estas tres familias será mais feliz?...
Pelo que tenho notado, não tem que invejar umas ás outras.