Página:Correio Braziliense ou Armazem Literario. Vol. I.pdf/36

bilhetes, e isto he cousa que nenhuma pessoa, que tem estado em Londres, pode ignorar, e nos Paizes estrangeiros o pode saber, quem quizer lêr as gazetas, ou as listas dos preços correntes, que se imprimem em Londres para uso dos negociantes.
     Porém o que mostra melhor o grande credito, que tem o Governo de Inglaterra a este respeito, he a facilidade com que elle obtem dinheiros de emprestimo, sempre que o preciza: a fallar a verdade, os particulares ándam á rebatinha de quem emprestará dinheiro, quando se faz publico, que o Governo tem de pedir emprestimos; e para evitar os empenhos que nisto poderá haver, se tem estabelecido e plano de receber o imprestimo daquelle, que offereça dar o dinheiro com menor juro; os lanços recebem-se em carta fechada, e sellada, para se abrirem todas as cartas ao mesmo tempo, no Conselho da Fazenda; e aquelle que offerece dallo por menos, esse he quem o Governo aceita.
     O ultimo dinheiro que o Governo pedio emprestado fôram 14,500,000, que se ajustàram por contracto, pagando-se o juro de quatro Libras, quatorze shellins, e seis peniques, por anno, por cada cem libras esterlinas; e este juro he mais baixo do que ja mais o governo Inglez pagou, durante a guerra actual, ou durante as guerras passadas; e se isto naõ prova uma grande confiança que o Povo Inglez tem no seu Governo, nada pode servir de prova.
     Talvez me diraõ, que Buonaparte ajunctou quarenta milhoens de Cruzados em Portugal sem pagar juros, nem prometter pagar o principal. Concedo, esse emprestimo sahe um ponco mais barato, que este do Governo Inglez; mas aqui naõ se poderîa obter um emprestimo por o mesmo preço; por que os Inglezes naõ saõ taõ polidos o condescendentes como fôram, e saõ as naçoens do Continente