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DA FRANÇA AO JAPÃO

«Elles estavão vestidos a moda de seu paiz, com largas vestes do seda, cujas mangas mui largas só descião até o cotovello. Seus sabres, cingidos no lado esquerdo, brilhavão aos raios do sol e offuscavão a vista pelos brilhantes que os ornavão. No lado direito, via-se um rico punhal em cujo cabo também brilhavão pedras finas de muitas cores.»

Na Salla Real, o Papa os recebeu cercado de seus Cardeaes; e quando os Japonezes inclinarão-se por terra para beijarem os joelhos do Soberano Pontifice, este, enternecido, os levantou precipitadamente para os abraçar, e, n’este instante, a alegria d’este grupo foi tão grande que todos derramarão lagrimas; e principalmente Gregorio, que então occupava a cadeira de S. Pedro, não podia deixar de se enternecer vendo que do extremo Oriente, do paiz sem contestação o mais civilisado da Asia, vinhão reconhecer á autoridade da Santa Sé na sua pessoa.

Depois de exporem ao Santo Padre a necessidade de um Bispo para o Japão, os embaixadores Japonezes, contentes com a promessa que obtiverão, cuidarão nos preparativos para voltarem á seus lares.

Com effeito, em 8 de Agosto de 1585, elles embarcarão em Gênova, e depois de visitarem de novo o Rei de Hespanha, nos seus Estados, seguirão viagem, acompanhados de desasete missionarios; tocando o navio em que ião, nos principaes portos da Asia, onde também forão festejados, chegando ao Japão cinco annos depois; em 1590.

Convencidos os principaes homens do Japão e principalmente o Imperador Taiko Fideyosi que o christianismo era um meio para os portuguezes adquerirem secretamente uma influencia politica, e suspeitando mesmo, o designio de quererem estes, o dominio de sua Nação, intimarão aos missionarios a ordem de sahir do Japão sob pena de morte, dentro de um certo praso; e começando pela sua còrte, o Imperador exilou alguns nobres quo tinhão abraçado o christianismo, e entre outros a Oucondono, que fiel As suas crenças, rejeitou todo e