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DA FRANÇA AO JAPÃO

kúno, que, afinal, mandou julgar e executar os principaes culpados deste crime.

Transcrevemos em seguida a traducção, de um manifesto publicado e mandado espalhar em quasi todas as cidades do Japão, pelos chefes do partido nacional, algum tempo antes da revolução de 1868.

«Tenta o Governo do Taikúno por todos os meios anniquillar o partido dos patriotas, que vêm sua patria invadida pelos barbaros, e secundar nos seus traiçoeiros projectos a funccionarios orgulhosos, á mercadores interessados e rapaces, á marinheiros grosseiros, estupidos e devassos.

«As sabias leis que recebemos de To-chio-gou deixárão de ser executadas; nossos portos são constantemente invadidos por uma multidão de inimigos, que corromperão o Governo do principe chefe, e empenhárão o Imperio na via ruinosa em que marcha a largos passos; assignando miseraveis tratados que lesão nossos interesses, e pelos quaes se autorisou a exportação das producções raras, unica riqueza do nosso paiz.

«Se o Governo é impotente, não sabe empregar a força para banir das nossas plagas os barbaros estrangeiros, cumpre a nós, que não dispomos da decima millesima parte destes meios de defeza, o encargo de exterminal-os.

«Ha apenas um anno que mandamos matar Ykam-Mono-kami, porque elle se fez tributario das potencias estrangeiras, porque se conduzio como inimigo audacioso de nossa patria e tinha jurado a sua ruina.

«Apezar deste energico protesto dos patriotas, apezar da revolução que elles sustentão, vimos sem podermos impedir os desenvolvimentos de uma emigração espantosa, e nenhum daïmio da sua côrte protestou contra este facto. Todos estes degenerados japonezes tomárão sobre seus hombros grande responsabilidade, derrubando as sabias leis de To-chio-gou; e, esta temeridade, elles pagárão com o seu sangue.

«Accusa-se-nos de estupidez, porém a custo de nossas