DA FRANÇA AO JAPÃO
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As difficuldades que surgirão de todos os lados para contratarem coolies que convenhão aos nossos lavradores, só poderão ser obviadas pela diplomacia, do contrario, estamos convictos, de que o Governo Imperial da China reclamará auxilio das marinhas de guerra estrangeiras para impedir, como elles já disserão, o trafico de seus subditos, que illudidos, e muitas vezes á força, vão povoar os paizes da America.

É, pois, pelas difficuldades que apresenta a contratação dos coolies e não por ser esta emigração de nenhuma utilidade para o Imperio, que julgamos infructuosos quaesquer esforços que se empreguem, sem sermos autorizados ou, pelo menos, sem contarmos com a indifferença do Governo da China.

Já dissemos algumas palavras sobre esta questão em um dos capitulos anteriores, porém, só em um livro, poderá ella ser estudada em todas as suas faces; este não é o nosso fim e não seria sem duvida do gosto dos nossos benevolos leitores.

No dia seguinte ao do banquete do Ministro da Instrucção Publica, recebemos permissão do Governo para vizitar o immenso jardim do Mikado, e, sem mais demora, tomamos o trem de Yedo e em seguida, os carros que encontramos a nossa disposição na estação.

Com velocidade percorremos os quarteirões da parte commercial da cidade, e no fim de uma hora descemos em frente de um largo portão, cuja entrada era guardada pelos soldados do regimento Imperial.

Alêas extensas e bem ornadas cortavão em todas as direcções os parques limitados pelas altas muralhas de verdadeiras fortificações. De todos os lados, vião-se bellos kiosques de charão, de differentes e multiplices fórmas, e em um pequeno outeiro artificial, limitado pela margem de limpido regato, elevava-se o chalet imperial, onde o Imperador em seus passeios descansava e tomava algum alimento. Esta bella construcção, ostentava uma magnificencia indescriptivel. As pequenas salas erão forradas com bellas alcatifas de grande valor, não sómente suas paredes como todo o pavimento. Ahi vião-se