DA FRANÇA AO JAPÃO
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pos caião bruscamente sobre o sólo, que o publico os applaude com enthusiastico frenesi.

Partimos de Hiogo, depois de alli estarmos quinze dias, para Nangasaki, onde deviamos estabelecer o nosso acampamento, afim de assistirmos a interessante entrevista entre Venus e o Sol; e como este importante phenomeno teria infallivelmente lugar em 9 do seguinte mez de Dezembro, dispunhamos de pouco tempo para preparar-nos convenientemente de modo a tornarmo-nos dignos de um olhar da deusa da formosura.

Habituados a vermos, como os japonezes prestavão homenagem aos seus Kamis e Fotocas, seria imperdoavel qualquer negligencia da nossa parte, á vista destes edificantes exemplos, o que nos acarretaria justa censura por parte dos veneraveis sacerdotes do templo da Sciencia se, irritando a deusa, ella não se dignasse apparecer no momento supremo a nossos olhos.

Porém, não tinhamos perdido o nosso tempo; viajamos pela costa do Japão em procura das credenciaes necessarias para a apresentação, e posto que os japonezes não cuidassem, até aquella época, em levantar templos aos Tres Elementos da Terra, onde com o barometro o thermometro e o psychrometro, os seus bonzos poderião acompanhar as alterações do systema nervoso destes deuses, que muitas vezes se deixão levar pela colera e tornão-se insupportaveis e inconvenientes; comtudo, encontramos um subdito inglez que, já havia alguns annos, fazia diariamente suas adorações a estas divindades.

Consultámos a este pagão, que graciosamente nos mostrou os fastos de sua religião, e por estes annaes se viu que, durante os mezes de Novembro e Dezembro, as divindades em questão mostravão-se pouco accessiveis a qualquer concessão; resolvemos assim, partir para Nangasaki, em busca de devotos mais acreditados perto destas divindades caprichosas, inconstantes, que, como dizemos entre nós, quando se trata de pessoas voluveis, varião mais facilmente do que o tempo ou o vento.

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