DA FRANÇA AO JAPÃO
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oitocentos pés de altura. Os japonezes dão-lhe o nome de Kawagawa, ou alta montanha.

Muitas baterias, das quaes o maior numero parece em abandono, elevão-se de todos os lados; e, pela sua posição, este porto pode ser considerado um dos mais fortificados do Japão. Na beira do mar, e separado do resto da cidade, notava-se uma especie de ilha, porém ligada por meio de pontes de madeira com a terra firme; é antiga feitoria hollandeza: Decimá, como chamavão os indigenas. Ahi, ainda se encontrão grandes e vastos armazens pertencentes a este commercio, hoje em decadencia, e que em outras épochas erão os depositos dos objectos de importação que a Europa fornecia a todo o Japão.

O lado direito do porto é occupado pelas construcções de uma architectura europea, que são habitadas pelos negociantes estrangeiros residentes em Nangasaki.

Apenas descemos á terra, corremos em busca de um aposento. Fomos felizes, pois, podemos obter o unico quarto que se achava desoccupado no hotel de Nangasaki, em quanto que nossos companheiros, menos previdentes, forão obrigados a recorrerem á hospedaria japoneza. Já era tarde quando chegamos em Nangasaki, de modo que não podemos n'aquelle dia percorrer a cidade e nem mesmo visitarmos a estação dos astronomos americanos, que ahi já se achavão havia quinze dias.

No dia seguinte visitamos o Yankiró de Nangasaki. Esta parte da cidade occupada pelos japonezes, fica em um grande valle que se prolonga em uma extensão superior á quatro milhas.

Os bazares são numerosos, porém, nem a porcellana, nem o charão são da qualidade que vimos em Yedo; sem duvida, são objectos fabricados para a exportação. Apenas encontramos em uma destas casas uma linda salva ou prato em bronze com ricas incrustações em prata e ouro.

Os mercadores japonezes fazem negocio á seu modo, e quando perguntamos o preço deste objecto, um d'elles com fino olhar, e sem mostrar interesse, nos disse, que infelizmente