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DA FRANÇA AO JAPÃO

de contos de réis, forão immediatamente pagas pelo governo do Celeste Imperio.

A marinha japoneza dispõe de alguns navios encouraçados, de duas fragatas de madeira e de outros navios menos importantes.

Ao principio, o governo japonez foi victima de especuladores americanos, que lhe venderão navios imprestaveis, incapazes para qualquer acção, porém, actualmente, existe um arsenal bem montado e um pessoal intelligente nas repartições da marinha.

A facilidade com que aprendem qualquer officio militar, e coragem de que dão provas nas occasiões de combate, collocão os japonezes em perfeita opposição com os seus vizinhos, os chins.

Para mostrar como os japonezes são faceis e a grande confiança que depositão em suas pessoas, devemos contar um facto grotesco, que se deu por occasião do governo comprar o primeiro navio a vapor aos americanos.

Depois de receber o navio, o official japonez a quem foi confiado o commando, quiz experimentar sua marcha no porto de Nangasaki. Ordenou, pois, a um japonez, que mal sabia o que era uma machina a vapor, que accendesse as fornalhas e esperasse o signal de partir.

Duas horas depois, as caldeiras fornecião vapor, navio percorria o porto de Nangasaki em todos os sentidos, e, durante algum tempo, manobrou em rapida carreira, ora, voltando em direcção opposta, quando estava prestes a tocar a terra, ora, tentava sahir do porto, mas, á vista do oceano,

O commandante ordenava a manobra de voltar; ao mesmo tempo, quando passava proximo a um vapor americano, que alli achava-se fundeado, um official japonez munido de um portavoz, pedia soccorro, pois o machinista não podia fazer parar a machina. Foi necessario que o machinista do navio estrangeiro se segurasse a um cabo, que lhe foi lançado do navio japonez, e que, depois de ser guindado, decesse até a machina que não obedecia ao improvisado professional japonez.