34
DA FRANÇA AO JAPÃO

e compadres do banqueiro, finalmente outros, monossyllabando, as victimas necessarias e contribuintes indirectos do imposto sobre o jogo; lanção todos, moedas de oiro e de prata sobre os quadrados numerados com os algarismos pelos quaes apostão.

Então o operador, vendo a colheita annunciar-se gorda, lança habilmente uma bola de vidro sobre o disco da roleta, a qual começa circular com rapidez até que perdendo progressivamente a força inicial diminue de velocidade e começa a saltar as pequenas divisões que separão as casas numeradas. É este o momento supremo: todos os olhares se fixão sobre a bóla e quando esta pára sobre um numero, ouvem-se exclamações de admiração da bocca de uns e de raiva na de outros; o banqueiro arrecada, sem mudar de lugar, e com o auxilio de um instrumento, muito parecido ao que os jogadores de bilhar chamão rabeca, as moedas que se achão sobre os dois lados da mesa, emquanto um ajudante da espelunca empurra com outra rabeca uma quantia igual a vinte e quatro vezes a que se achava no quadrado marcado com o numero feliz.

Tudo isto se passa em menos de dois minutos para recomeçar de novo e sem interrupção durante todos os dias até as altas horas da noute.

Disserão-nos que em Port-Saïd perdem os estrangeiros milhares de libras annualmente, e especialmente, as tripulações dos navios do guerra russos e americanos concorrem com a maior somma; sendo, estas casas de vicio fiscalisadas por agentes do Vice-Rei que percebem uma porcentagem sobre os beneficios realisados. Não raras vezes tem acontecido serem assassinados e roubados os jogadores felizes, quando pernoitão na povoação, ou dirigem-se ao caes para recolherem-se a bordo dos navios.

A população de Port-Saïd compõe-se de individuos de todas as nacionalidades; d’esde o Arabe de tez bronzeada até o Yankee dos Estados-Unidos da América.

Da diversidade de costumes d’estes indivíduos não se podia