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DA FRANÇA AO JAPÃO

enroladas em véos de crepe ou de mosseline que formão varias voltas em roda da cabeça apresentando o aspecto de um turbante.

Na volta, assistimos ás tradicionaes danças e ouvimos os cantos das alméas, que são os espectaculos mais procurados pela sociedade egypcia, e consistem em reproduzir com naturalidade as gradações dos sentimentos do amor.

As alméas vestem-se como as outras mulheres egypcias; apenas ornão o collo, a cintura e os cabellos com apparatosas e ricas joias. Suas palpebras são contornadas de negro para dar maior vivacidade aos olhos, a palma das mãos e as orelhas são pintadas com carmim, segundo a usança das mulheres egypcias.

Quando ellas dão começo ao bailado, a expressão dos seus olhos é terno e de doce amor; os requebros do seu corpo são lentos e parecem dominados por preguiçosa volupia; progressivamente ellas exprimem a embriaguez do amor, agitando com frenesi seus membros, volvendo os negros olhos em suas profundas orbitas, como que querendo, voluntariamente, eliminar a faculdade de ver, e concentrar toda a energia de seu ser no gozo de sensuaes deleites.

Uma das figuras mais difficeis do bailado das alméas, para produzir o desejado effeito, consiste na graça e destreza com que ellas envolvem e desenrolão, com um largo véo, seu corpo e de modo a desenhar-lhes os contornos.

Uma orchestra sui generis dirige o bailado em suas differentes phases, e para ajuntar mais alguma harmonia aos originaes acordes dos instrumentos, as alméas quando danção fazem soar castanhetas ou cymbalos.

Os saltimbancos e prestigiadores abundão nas cidades egypcias. Em quasi todas as ruas e praças, encontrão-se ajuntamentos de individuos de ambos os sexos, que assistem com jovialidade a espectaculos deste genero, em que, além dos especuladores, figurão macacos, ursos, serpentes e outros animaes indigenas.