50
DA FRANÇA AO JAPÃO

e ainda, na nossa volta, fallecêrão a bordo duas pessoas victimas do calor e da humidade que torna quasi impossivel a vida n'essas paragens.

No fim de quatro dias incompletos de viagem, chegamos a Aden, possessão ingleza situada na entrada do mar Vermelho.

O aspecto d'este paiz é triste; para todos os lados que a vista se volve, estendem-se aridas planícies, onde avultão penedias ennegrecidas pela acção do tempo, e sobre suas lombadas vêm-se largas selladas, sómente accessiveis aos animaes montezes.

No alto de uma collina que rodea o porto de Aden, eleva-se graciosamente um edificio de bello aspecto que serve de residência ao governador da possessão. É esta a unica habitação que nos lembra a architectura europêa; as outras, são verdadeiras choças, cobertas de esteiras, e sem offerecer nenhum conchêgo aos estrangeiros; comtudo, na extremidade da cidade, ou antes em uma pequena povoação, distante de dous kilometros do ancoradouro, encontrão-se algumas lojas ou armazens de venda e um largo edificio construido em columnas e arcadarias, que serve de hospedaria aos officiaes do destacamento inglez.

A população de Aden, compõe-se de negros arabes e de alguns judeos egypcios ou armenios que se empregão nos trabalhos dos navios, e em negociar toda a sorte de objectos e especialmente bellas plumas de abestruz; o que constitue o principal commercio de Aden.

Alguns typos da raça negra, que ahi se vêm, são assaz interessantes, e alguns d'estes indivíduos possuem feições delicadas e expressivas. Muitos, avermelhão seus compridos cabellos, formando cachos, fazendo uso continuo de cal viva, outros, penteão-se á moda das jovens europeas e empregão pentes que retêm os cabellos sobre os parietaes.

Alguns d'estes indigenas deixarão-se photographar mediante alguns shellings que lhes offerecemos.

De boa indole, elles são aptos para certas profissões e