DA FRANÇA AO JAPÃO
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conduzir ao jardim das caneleiras e ao famoso templo do Budha, que ahi existe.

Emquanto comiamos, um cicerone apresentava-nos, em inglez, o seu programma do modo a utilisar do melhor modo o tempo de demora do Ava n'este porto, o que não excederia de quarenta e oito horas; e depois de verificarmos o que havia de verdade nas palavras do officioso cicerone, tomamol-o ao nosso serviço mediante uma gratificação.

Ás dez horas da manhã partimos em carro na direcção Sul da cidade para o lado das fortificações, antigas muralhas levantadas pelos legendarios portuguezes, para defeza da cidade, e cuja posse seus filhos não souberão, ou antes, não puderão conservar, o que foi proveito para os fins coloniaes da Inglaterra n'esta ilha.

Fizemos caminho durante uma hora por entre elevados coqueiros e outras arvores de agradavel aspecto até o bello jardim das caneleiras. Acha-se elle situado sobre a borda do mar e estende-se em uma varzea de mais do quatro kilometros.

Na entrada do parque, elevão-se altos coqueiros sustentando seus fructos, e viçosas bananeiras com suas largas folhas verdes; além, vêm-se as pequenas palmeiras em forma de leque formando entre suas filas largos passeios cobertos de relva. No fim de uma extensa alea, começão as ruas das caneleiras cujo perfume activo faz esquecer que nossas vestes estão impregnadas do nauseabundo alcatrão de bordo. Em uma das extremidades do parque, encontra-se um verdadeiro jardim, cultivado com esmero, sobresahindo entre outras flôres, bellas camélias, grandes cravos, uma variedade de rosas cujos pés se elevão do centro das almofadas de amores perfeitos e de violetas, tudo artisticamente disposto. No centro do jardim, vimos um kiosque de estylo chinez onde um natural do paiz offereceu-nos refrescos e gulodices o que de bom grado aceitamos e retribuímos.

Encontrão-se dez especies do caneleiras na ilha, porém, a mais estimada, o corundú, como chamão os indígenas, é o Laurus