DA FRANÇA AO JAPÃO
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tomar combustivel, e n’esta excursão gasta-se pelo menos dois dias.

Os indigenas fazem perigrinações ao pico, para venerarem o sulco deixado no sólo, pelo pé de Budha IV, e ahi, precedidos por um padre, praticão certas ceremonias religiosas. O padre veste então uma capa amarella, colloca-se junto do sulco deixado pelo pé de Buddha, e olhando para os perigrinos, que de pé se achão alinhados, recita todas as phrases do symbolo e que os assistentes repetem. Finda a cerimonia, o padre retira-se, porém os devotos começão e recomeção durante horas inteiras a mesma ceremonia que então é presidida pelo individuo mais idoso d’entre elles. Finalmente, findo o exercicio abração-se uns aos outros e offerecem-se uma composição adstringente, feita com folhas de betel, que elles mascão com grande prazer. O padre recebe tambem certos presentes a troco da benção que lhes deita como ministro de Buddha.

Uma das grandes producções de Ceylão, consiste em perolas, — entretanto, o seu preço é elevado; assim, vimos com um joalheiro indigena, algumas, do tamanho de uma ervilha, e perfeitas. O mercador pedia duas libras por cada uma, preço senão superior, pelo menos igual ao do mesmo objecto nas grandes capitaes da Europa.

Fizemos acquisição de algumas pedras em estado bruto, para nossa collecção, porém, entre as verdadeiras, encontramos posteriormente, alguns pedaços de vidro coloridos e apresentando as mesmas fórmas de cristallisação; tal é a honestidade dos negociantes de joias de Ceylão contra os quaes os estrangeiros devem se prevenir, pois, a imitação dos crystaes de saphira e de esmeralda é tão perfeita, que os seus caracteres physicos não bastão para distinguil-os dos verdadeiros. Consta-nos que esta falsificação é industria ingleza nos paizes da India e de que são unicas victimas, os proprios estrangeiros.

Reconhecemos o logro, em que tinhamos cahido, medindo os angulos formados pelas faces dos crystaes, e como na nossa volta á Ceylão, reclamassemos do negociante, (cujo retrato merece ser