DA FRANÇA AO JAPÃO
69

Posterior a esta severa repressão, ainda outros navios poderão sem grande vantagem dar caça a estes bandidos do mar, entretanto, foi preciso que um philantropo inglez se offerecesse ás grandes potências maritimas para ter n'estes mares em permanencia um navio armado em guerra, para que os pequenos navios de commercio podessem navegar pelo estreito.

Hoje, os piratas indianos desapparecerão d'estas paragens, porém, os juncos chinezes, que sob pretexto dos piratas, tem artilharia, exercem por sua vez o roubo e outros actos de pirataria, todas as vezes que se encontrão com embarcações mais fracas ou desarmadas. Entretanto, seria facil ao governo da China, proceder a rigorozo inquerito e empregar severas medidas repressivas e exemplares contra taes crimes, mas, ao contrario, depois de viverem sobre as aguas durante alguns annos a roubarem, os antigos piratas voltão impunemente, graças a venalidade dos mandarins, ás suas cidades para gozarem o fruto de suas pilhagens.

As autoridades os deixão viver em santa paz, uma vez que com ellas dividão os valores accumulados na lucrativa occupação.

Durante dois dias, navegamos pelo estreito, ora, entre grande numero de pequenas ilhas de luxuriante vegetação, e outras vezes entre as baixas costas de Sumatra e Malaca o que nos fazia crer acharmo-nos em largo pelago.

Muito além, as altas montanhas da ilha de Bautam e as das outras ilhas mui próximas formão um hemyciclo que ao longe parecia uma cadeia de bem conchegadas montanhas.

Finalmente o Ava passou pela estreita passagem limitada pelos perigosos escolhos Rabbit e Coney e depois de ter encontrado a livre entrada do porto de Cincapura, praticada por entre os arrecifes que rodeão a ilha, chegou a esta cidade ao descambar do dia.

A vista da cidade de Cincapura não nos deo realmente, uma idéa do seo importante commercio e população.

O Ava acostou ao caes já tarde, e só podemos no dia