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De Magistro


honraria que os cidadãos deste mundo têm por mais excelsa[1] (in CONFESSIONVM Liber VIII — II.3).


Agostinho registra a influência neoplatônica a que se submeteu quando a retrata de um diálogo que manteve com Simpliciano:


Ao consultar a Simpliciano, instituidor do Bispo Ambrósio na concessão da graça, que em verdade o amava como a um pai, narrei-lhe o período do meu erro. E quando, lhe disse que lera os livros platônicos vertidos para o latim por Victorino — outrora retor em Roma, e de quem eu ouvira dizer ter morrido cristão — ele deu-me os parabéns por não pender aos escritos de outros filósofos, cheios de falácias e enganos [...] nestes, de todos os modos encontramos Deus e sua palavra[2] (in CONFESSIONVM Liber VIII — II.3).


Entrementes à leitura da Sagrada Escritura sob a tutela de Ambrósio, acrescida de livros platônicos e, o contato com a filosofia de Plotino, superou o ceticismo; posição filosófica que afirmava a impossibilidade do conhecimento e do juízo de valor como conclusão, conforme testemunhou: Por outro lado li alguns livros de Plotino, a quem estimo com justiça por ser muito diligente, e confrontava quando podia, o valor de tais considerações, com aquelas

  1. [...] quemadmodum ille doctissimus senex, et omnium liberalium doctrinarum peritissimus, quique philosophorum tam multa legerat et ditudicauerat, doctor tot nobilium senatorum, qui etiam ob insigne praeclari magisterii, quod ciues huius mundi eximium putant, statuam Romano foro mezuerat et acceperat [...]
  2. Perrexi ergo ad Simplicianum, patrem in accipienda gratia tunc episcopi Ambrosii, et quem uere ut patrem diligebat. Narraui ei circuitus erroris mei. Ubi autem commemoraui legisse me quosdam libros Platonicorum, quos Victorinus, quondam rhetor urbis Romae, quem Christianum defunctum esse audieram, in Latinam linguam transtulisset, gratulatus est mihi, quod non in aliorum philosophorum scripta incidissem, plena fallaciarum et deceptionum [...] in istis autem omnibus modis insinuari deum et eius uerbum [...]