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De Magistro


verbis. Tu autem res quaeris eas, quae, quodlibet sint, verba certe non sunt, quas tamen ex me tu quoque verbis quaeris. Prior itaque tu sine verbis quaere, ut ego deinde ista condicione respondeam!

2.Augustini - Ture agis fateor, sed si quaererem, tres istae syllabae quid significent, cum dicitur «paries», nonne posses digito ostendere, ut ego prorsus rem ipsam viderem, cuius signum est hoc trisyllabum verbum demonstrante te nulla tamen verba referente?

3.Adeodatus - Hoc in solis nominibus, quibus corpora significantur, si eadem corpora praesentia sint, fieri

posse concedo.

outro lado, desejas seja o que for e não seriam palavras certamente, todavia com estas solicitas. Primeiro sem palavras interpeles, e ante esta condição responderei.

2.Agostinho - Confesso teres razão, mas se sobre o que constituímos interpelasse sobre uma pa-re-de[1], não poderias com o dedo mostrar-me, indigitando-a tal que eu a visse pela coisa mesma, cujos signos são estas três sílabas, sem que nenhuma palavra pronunciasses?

3.Adeodato - Admito que fazê-lo possa, mas apenas no caso de palavras que signifiquem materiais e, quando estes estiverem

presentes.

  1. Agostinho, ao atribuir à linguagem as funções de ensinar e advertir; indica o como se aprende e o como se ensina, a partir de quatro elementos constituintes da comunicação: a palavra (verbum), o discurso (eloquium), O dizível ou aquilo que se pode dizer (dicilibis) e a coisa em si (res). No entanto, vai além ao creditar que não apenas os signos da linguagem ensinam, já que podemos aprender sem a linguagem, através da coisa mesma.