de desgraça... Mas que deseja? Diga.
- Eu desejava tomar uma informação. Está aqui no hospital um rapaz do norte, Francisco Nogueira, estudante...
- Francisco? Há tanta gente que entra e tão pouca que sai. Em que dia entrou?
- Creio que anteontem.
- Vou mandar ver.
Tocou um tímpano. Apareceu um funcionário. Falaram ambos.
O funcionário saiu, e desde que saiu, um tremor apoderou-se do meu corpo. Estaria morto? Estaria vivo? Aquela carne feita de ouro e de rosas já teria se transformado numa chaga purulenta? E se estivesse morto? Uma criança tão cheia de esperanças, tão entusiástica, tão pura, sem os pais aqui, sem ninguém a não ser eu, que tremia. Nossa Senhora! Que me viriam dizer? E ao mesmo tempo, o desejo de encobrir tamanha emoção forçava-me a fingir um sorriso, a dizer mundanamente coisas frívolas ao homem bom cujos olhos tinham tanta piedade.
- É o diabo. A epidemia tem impedido vários prazeres da season. As grandes estrelas mundiais, os teatros...
- Pouca gente.
- Menos do que se devia esperar. Não freqüenta?
- Não tenho tempo.
- Ninguém dirá entretanto que a varíola...
- Nas grandes cidades as pestes dão uma impressão