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Clotilde
Clarinha
Clarisse


 
Quatro horas da tarde. Clotilde, Clarinha e Clarisse, sentadas em bancos rusticos, à sombra dum enorme castanheiro, na Quinta das Pedras Negras, perto de Belas, conversam, descuidosas. As duas últimas, são hospedas, durante oito dias das suas férias, de Clotilde, que deixou no ano antecedente o colégio. Clarinha e Clarisse, quinze e desasseis anos, são primas; ambas têm olhos claros e risonhos. Clotilde é morena e viva, dezoito anos, olhos de zingara, diabólicos.
 

CLOTILDE — E a «Mademoiselle» ainda está rabujenta?

CLARISSE — Ai, menina! Cada vez pior! Agora até diz coisas feias, quando a D. Aurora não póde ouvi-la. No último dia que lá estivemos lhe ouvi eu dizer, por entre dentes: — Sacredieu!

CLOTILDE (escandalisada) — Ah!

CLARISSE — E não quere, agora, nem por som-

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