que desviou de mim a vista, com presteza, quando os nossos olhos se cruzaram...
Por todas as razões saí triste do teatro...
2 de Março
Tivemos, ontem, a nossa primeira questão. Eu queria sair á noite, para ir vêr um filme muito anunciado. Vasco negou-se a acompanhar-me, dizendo que tinha assuntos de alta importancia a tratar com uns amigos, justamente á hora da exibição. Como minha mãi está com um resfriamento, não pude saír, tendo de renunciar á satisfação do meu desejo.
Vasco disse-me que podiamos ir ver, hoje, o filme, mas eu logo declarei que não sairia, para isso, nem hoje nem outra qualquer noite. E não saio! Meu marido classificou-me de teimosa e eu, a ele, de tirano; amuei e deitei-me ás nove horas da noite, o que, no entanto, não me causou insónia. Nem ouvi sequer entrar o meu tão pouco condescendente marido, que se deitou sem que eu desse por isso...
Sonhei que possuia a faculdade de me elevar nos ares — sem ser em avião — e que tinha voado, voado, numa linda noite, para um paiz desconhecido, estranho, de construções extravagantes. Poisei numa especie de minarete e quiz ajuizar do aspecto da cidade, mas uma nevoa intensa, que apareceu subita-
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