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      Oh! vem, surge de novo!
Como o dedo de Deus, na immensidade,
Vem revolver as cinzas do passado.
      Abre aos olhos do povo
      Esse livro dourado
De nossa grande, immorredoura história!
Foste tu, testemunha das grandezas,
Que percorrendo o espaço ao mundo inteiro
      Levaste a nossa gloria!

Vem recordar ás gerações modernas
      Que seus paes foram bravos.
Elles nasceram miseros escravos,
      Mas heroes se tornaram!
Da patria a preciosa liberdade
Foi co'o sangue das veias que plantaram.
Dize ao povo que guarde esse legado
      Tão sublime e tão puro!
Não nos mostres apenas o passado...
      Oh! sol bemdito e santo!
Vem rasgar o sombrio, espesso manto
Da aurora do futuro!

O doutor Carvalhal redigiu:

- O Popular Sant'Amarense. S. Amaro, 1871 - A principio, em 1869, fôra collaborador desta folha, escrevendo diversos artigos, tanto em prosa como em verso; depois assumiu a redacção, donde passou mais tarde, em 1876, a fazer parte da redacção do já mencionado Monitor, periodico da capital. E antes, sendo ainda estudante, redigiu:

- O Futuro: periodico scientifico e litterario. Recife, 1864, in-4º – Teve por companheiros nesta publicação Antonio de Castro Alves, Aristides Augusto Milton e L. F. Maciel Pinheiro.


Antonio Alves de Souza Carvalho - E' natural da provincia de Pernambuco, onde fez todos os seus estudos e recebeu o grau de bacharel em sciencias sociaes e juridicas.

Presidiu as provincias do Espirito Santo, de Alagôas e do Maranhão; representou sua provincia na camara temporaria em diversas legislaturas desde a 12ª, de 1863 a 1866, como actualmente a representa; é advogado na capital do Imperio, e official da ordem da Roza.

« Cidadão muito illustrado - diz a Democracia, de Pernambuco, n'um artigo assignaào por A. L., transcripto no Diario de Pernambuco de 14 de março de 1881, sobre sua candidatura á assembléa geral - talento robusto, perspicaz e vasto, luctador incansavel, de extrema moderação e prudencia, de sagacidade politica e recursos intellectuaes, esse nossOamigo merece-nos toda estima e a mais elevada consideração. »

Tem escripto muito sobre a politica do paiz, quer na imprensa periodica, onde publicou, ha pouco, muitos e importantes escriptos sob o pseudonymo de Cambysis, quer em pamphletos, como:

- O Brazil em 1870. Rio de Janeiro, 1870, 81 pags. in-8º- Opusculo em opposição à politica conservadora.