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cava com ardor á poesia, mandou-o outra vez ao Rio de Janeiro para estudar e seguir a vida claustral. Mais contrariado ainda, porque o filho não quiz abraçar o estado monastico, suspendeu a mezada que . lhe dava. Pouco tempo depois, fallecendo o autor de seus dias, estabeleceu-se Ribeirão definitivamente em Campos, onde casou-se, e em cujo f6ro trabalhou até 1882 como solicitador. Foi escrivão da santa casa da misericordia e culthrou sempre a poesia, mostrando em suas composições um grande péndor para a satyra, mas sem ofrender, sem expôr alguem ao desprezo, procurava com o ridiculo innocente corrigir os defeitos e nada mais. Escreveu: . - A inundaçiio do Parahyba: poemeto. Campos, 1833 - e dflixou publicado muitas - Sextilhas, odes, sonetos e outras composições no Monitor Campista - O doutor F, Portella, numa noticia que escreveu do poeta no «Almana1. industrial mercantil e administrativo da cidade e municipio de Campos para 1881 e 1882» faz menção especial de tres destas composições, que se acham neste jornal, isto é: O j'ctrato; A sattdade; MemO?'ial dirigido ao Imperador. Esta ultima sahiu tambem no Pamhyba de Petropolis, 1859. Em prosa ha de Ribeirão: - Notas biogl'aphicas de frei Rodrigo de S. José Silva Pereira, monge benecUctino - Existe o original na bibliotheca nacional em duas cartas, datadas de 17 e 30 de setembro de 1877, acompanhadas de varias poesias de frei Rodrigo.

Francisco José Pinheiro Guimarães - Pae do doutor Franci co Pinheiro Guimarães, de quem se trata neste volume, nasceu no Rio de Janeiro a I de junho de 1809 e falleceu a 18 "de Dovem bro de 1867. Bacharel pela faculdade de direito de S. Paulo em 1832, entrou em J849 para a secretaria dos negocias estrangeiros, onde exerceu o cargo de chefe de secção e era cavalleiro da ordem de Christo. Talento robusto, intelligencia brilhante, deixou-se dominar pelo gosto do epigramma, das satyra , e nas 1uctas da imprensa em questões theatraes não soube encerrar-se em seu gabinete de escriptor dramatico, negando-se aos combates de seena, de proscenio e de platéa. Na litteratura patria podia ser um astro, mas foi pyrilampo de luz esp1endida, de fulgor passageiro, como disse o doutor J. M. de Macedo. Poeta de humor sarcastieo, versado em diverffis línguas, dedicou-se á litteralura amena e á imprensa politica, collaborando para varios periodico:>, principalmente para o Con'eio Mercantil, e escreveu: - O pesadelo: poema heroi-comico satyrico. Rio de Janeiro, 1837, in-8 o - Este poema é escripto em verso solto com allusões aos amigos