ordenado sua prisão, o que foi obstado peio Imperador, que o conhecia perfeitamente. Este facto foi confessado pelo Cons.° Prisco Paraiso, ministro da Justiça, ao proprio Dr* Mello Oliveira e a outros cearenses. O Imperador sabia avaliar bem dos merecimentos scien- tificos e dos dotes moraes de seus súbditos fossem quaes fossem as crenças políticas, que externavam. Aliás, como abolicionista foi esquecido por seus com¬ panheiros ; não me lembro de ter lido a menor referencia a seu nome. De 1883 a 1885 entregou-se á clinica medica e de partos, e praticou com os illustres professores Drs. Pedro Paulo de Carvalho e Luiz Feijó. Em Dezembro de 1885 transferiu sua residencia para o interior de S. Paulo até se restabelecer de enfermidade de que soffria, mudando-se em Maio para a Capital. Ahi entre¬ gue exclusivamente a seus esforços, sem a menor relação e protecção conseguiu tomar se um clinico dos mais conheci¬ dos em todo o Estado. Em 1891, sem saber donde partira a lembrança, foi nomeado Lente Cathedratico de physica e chimica do Curso Annexo á Faculdade de Direito de S. Paulo, tendo exercido a cadeira até sua extincção, em 1897. Encerrou sua aula com uma assistência de oitenta alumnos, recebendo por esta occa- sião de seus discípulos as maiores provas de estima e con¬ sideração. Como pharmaceutico já era Membro da Academia Na¬ cional de Medicina. Foi benemerito do Instituto Pharmnccutico do Rio de Janeiro, lente de Toxicologia na Escola mantida pelo mesmo Instituto, e socio eftedivo da Sociedade de Me¬ dicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, e por ultimo membro correspondente do Instituto do Ceará. Exerceu a clinica em São Paulo desde 1885 até seu fallecimento, que occorreu a 23 de Junho de 1907. E’ longa a lista dos trabalhos scientificos por elle pu¬ blicados em varias Revistas. Os mais conhecidos são : 310 Digitized by Google Original from UNIVERSITY OF CALIFÓRNIA
Página:Diccionario bio-bibliographico cearense - volume primeiro.djvu/329
