«No dia 28 de Janeiro de 1865, por occasião da che¬ gada do paquete do sul, e quando procurava receber na re¬ partição dos Correios a correspondência do meu pae, um indivíduo, de cujo nome já não me recordo, recebia o Jor¬ nal do Commercio, e alli mesmo o lia, e com surpresa de todos disse que o Paraguay declarara guerra ao Brasil, e que o governo appellava para o patriotismo de seus filhos. «Sem mais esperar pela correspondência que tinha ido receber, e sem mais demora, isto ás 12 horas do dia mais ou menos, apresentei-me no Palacio do Presidente e pedi-lhe que desejava seguir como voluntário da patria para a guerra contra o Paraguay. Recebendo-me com a maior satisfação, o Presidente agradeceu o meu offerecimento e pediu-me que procurasse angariar o maior numero possível de voluntários, para o que punha á minha disposição o que julgasse necessário. A’s 2 horas da tarde retirei-me de Palacio na resolução de fazer uma passeiata a qual realisou-se, terminando ás 8 horas da noite, sendo nesta occasião alistados 53 voluntários. Em vista de tão crescido numero de alistados, ordenou o Presidente que fossem estes aquartelados no quartel da Guarda Nacional, onde ficou sendo o deposito para receber os que quizessem se alistar. Poucos dias depois do meu offerecimento fui mandado pelo Presidente em commissão a Mecejana, Soure, Maran- guape, Pacatuba e Baturité e outras localidades afim de anga¬ riar voluntários, o que fiz com os melhores resultados e sa¬ tisfação do governo. Logo que se alistaram cêrca de 500 indivíduos, o Pre¬ sidente nos fez seguir para o Rio sob o commando do Co¬ ronel José Nunes a 6 de Abril no Jaguarehy, que por mila¬ gre não se perdeu de Pernambuco para o Rio, onde chega¬ mos a 20 do mesmo mez.» Até aqui o Tenente-coronel Israel. Chegado ao Rio, o contingente Cearense foi mandado para o Asylo S. Leopoldina, na Praia Grande e sob o com- 387 Digitized by Google Original from UNIVERSITY OF CALIFÓRNIA