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Termina o folheto com a transcripção de uma noticia do « O Philantropo » intitulada « A abolição do trafico dos africanos », em que vem uma relação de diversos paizes seguidos dos annos em que aboliram o trafico.

Sobre esse Padre, cuja existencia é uma serie de anedoctas e de factos curiosos, escreveu o Coronel João Brigido varios artigos n’A Republica, de Fortaleza.

Creio ser elle igualmente o autor das seguintes notas apparecidas em 1901 na Reforma, jornal tambem de Fortaleza:

Em vida deste homem, Padre Verdeixa, dos mais excentricos do Ceará, nunca se pôde apurar onde, em verdade, elle nascera.

Disião uns ter sido em Olinda, outros no Crato, outros finalmente que no Rio-do-peixe

Elle mesmo se aprazia de traser em confusão os curiosos, que lhe querião saber as origens. A alguem disse, nesta cidade, ter nascido no Crato, no sobradinho de madeira, que está na avenida, que vai da praça da matriz para o Piza. Ao padre Luiz, vigário do Cascavel, natural do Rio-do-peixe, disse ser esta a sua terra.

Outra cousa se ignorava: porque viéra a ter o nome de Alexandre Francisco Cerbelon Verdeixa, ou por que transformações chegou até um velacho tão estranho.

O sr. Miguel Carlos Peixoto, habil escrivão de orphãos do Icó, paciente indagador, revolvendo o seo cartorio, chegou á verdade.

Joaquim Theotonio Sobreira, mestre particular de latim, que esteve no Jardini, Crato, Icó e Quixeramobim, exercendo o seo magistério, era natural de Olinda, e casára com d. Feliciana, que já tinha um filho — o celebre Alexandre. Quem fôra o pae delle, ainda não se sabe.

Em Desembro de 1820, estudando latim no Jardim, elle servio de testemunha n’uma approvação de testamento, disendo-se nascido no Crato, e assignando — Alexandre Francisco Sobreira.

Em Outubro de 1827, em uma audiência do juizo de

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