Página:Diccionario bio-bibliographico cearense - volume primeiro.djvu/466

Nestes termos é concebida a despedida de Pessoa Anta á família e aos amigos. « Manos, patricios e amigos, envio a todos perpetua saudade muito especialmente a meus filhos, masculinos e fe¬ mininos. Oratorio, 28 de Abril de 1825. hoje pelas 3 horas da tarde foi-me intimada minha sentença de morte! prasa a Deus que fosse por Deus assim destinado, como meu verdadeiro Author. Peço a todos que não se magôem por minha morte por não ser ella motivada por crime que mereça execração publica e sim por opinião que segui; e se tiverem noticia que em o cadafalso mostrei alguma fraquesa, não deve ser reparada, porque o homem não pode resistir aos effeitos da natureza. Peço a todos incessantemente que roguem a Deus por minha alma nas suas orações diarias, porque meus rogos tal¬ vez não sejam capazes de obter. O Supremo Dictador da natureza vos dê melhor sorte, que eu saudoso vos deixo. Não sou mais extenso porque já me vae faltando o tempo para os negocios d’alma. Sou o mais amante dos patricios, e á minha nação amarei ainda na sepultura. Adeus meus charos filhos até o dia tremendo.—João de Andrade Pessôa Anta*. A 15 de |ulho o ministro da guerra João Vieira de Carvalho ordenava a Conrado que informasse uma petição que a 12 de Fevereiro Pessoa Anta dirigira á Imperatriz! Dando conta do assassinato dos dous infelizes patriotas cearenses escreveu Conrado Jacob de Niemeyer ao Ministro da guerra: « Hontem pelas 9 horas da manhã foram fuzilados, por sentença da commissão militar, os rebeldes, P.c Gonçalo Ignacio Loyola e o Coronel João de Andrade Pessoa Anta, ficando recommendado á piedade de S. M. I. e C. o Te¬ nente-Coronel Antonio Bezerra de Souza, que nesta província 447 Digitized by Google Original from UNIVERSITY OF CALIFÓRNIA