Padaria Espiritual, abriu em redor do seu nome largamente estendido em todo norte e sul do paiz uma ruidosa e justíssima nomeada.
O assumpto do novo e interessante poemeto do notável escriptor cearense é ainda a pavorosa historia da « secca » alliada a um caso vulgar de ingratidão filial. Tudo isso, porém, é dito em maravilhosos alexandrinos sadios e sem o enfadonho rebuscamento das phrases torturadas, que tanto caracterisam o nullo enxame dos nossos poetas de hoje.
Apresentando o nosso ligeiro juizo sob a nova obra do sr. Alvaro Martins, agradecemos a fineza do illustre poeta em nos haver distinguido com um exemplar de seu bello trabalho ».
Tinha para dar ao prelo um poema em prosa sob o titulo America com o qual se apresentou á Academia Cearense disputando a cadeira vaga por morte do dr. José Carlos da Costa Ribeiro Junior, e já em composição o livro de versos O beijo da morte. O beijo da morte!
O fallecimento de Alvaro, occorrido ás 3 horas da madrugada de 30 de Junho de 1906, lançou sobre Fortaleza doloroso, intimo e fundo pasmo; ainda a 28 sua palavra ardente echoava entre applausos pelo ambito do nosso tribunal do Jury, havia poucos dias todos o viram encher de sympathias e admiração seus collegas da imprensa, companheiros na excursão do Presidente Affonso Penna pelos Estados do Norte.
Alvaro Martins, que foi socio fundador do « Centro Litterario » de Fortaleza e fez parte da commissão redactora do Iracema, seu orgam na imprensa, lega um nome imperecível.
Sem grande cultura intellectual, sem haver deixado á posteridade uma obra de alto folego, conquistou, todavia, o
primeiro logar entre os poetas cearenses da actual geração. Alma enamorada das bellezas da terra do berço, tão dotada dos dons da natureza, poeta de uma doçura ineffavel, de um lyrismo extremo a expandir-se com a prodigalidade de um