nacs da Assembléa Provincial vê-se que elle failava quasi diariamente, mas sempre vem a nota: Snr. Fenelon—Nâò devolveu o seu discurso. Não se dava ao trabalho de rever discursos; que fizessem o effeito que collimava. Por alguns pareceres registrados nos Annaes é que se pode ajuisar dos seus conhecimentos legaes e da clareza do seu senso jurídico. Cultivou as musas em sua mocidade, mas abando- nou-as, como sempre acontece aos que são absorvidos pelos negocios públicos. No «Cearense» de. Fevereiro de 1877, encontra-se, porem, uma poesia sua, que dá a medida da sua capacidade poética. E’ uma elegia ao poeta Xilderico de Faria, que se suicidou atirarido-se ao mar. Transcrevo delia estas estrophes: Ei-lo, o poeta, o vate peregrino, Que ao mar foi segredar o seu destino A fitar o horisonte; As sombras duvidosas do sol posto Lhe transmittem dubia luz á tez, ao rosto, Lhe annuviam a fronte. • •«••••• • Para que tanto capricho la do ceo? Que importam ameaças do escarceo Ao cysne moribundo ? A quem morreram em flor as vagas crenças E levou a recalcar dôres immensas Que importa, que vale o mundo? E termina assim: Que cruciantes dôres o pungiam? Que miragens do ignoto o seduziam ? Guardou em fundo sacrario... Ter o negro escarceo por cenotaphio, Ver o inar soletrar-lhe o epitaphio —Eis o seu fadario. Tendo Fenelon trabalhado muito em sua curta vida c influído bastante no meio em que floresceu, depois de sua 249 Digitized by Google Original from UNIVERSITY OF CALIFÓRNIA