a mesma frase, como se estudasse uma modulação de voz que pudesse exprimir quanto havia de sublime naquele grito d'alma.
— Sim! Eu te amo!... Eu te amo!...
Eram as notas da celeste harmonia que seu coração vibrava, como o rouxinol canta na primavera e as harpas eólias ressoam ao sopro de Deus.
Quando ela desafogou sua alma desta exuberância da paixão, falei-lhe :
— Mas reflita, Emília. A que nos levará esse amor?
— Não sei!... respondeu-me com indefinível candura. — O que sei é que te amo!... Tu não és só o árbitro supremo de minha alma, és o motor de minha vida, meu pensamento e minha vontade. És tu que deves pensar e querer por mim... Eu?... Eu te pertenço; sou uma coisa tua. Podes conservá-la ou destruí-la; podes fazer dela tua mulher ou tua escrava!... É o teu direito e o meu destino. Só o que tu não podes em mim, é fazer que eu não te ame!...
Enfim, Paulo, eu ainda a amava!...
Ela é minha mulher.