I

Emília tinha quatorze anos quando a vi pela primeira vez.

Era uma menina muito feia, mas da fealdade núbil que promete à donzela esplendores de beleza.

Há meninas que se fazem mulheres como as rosas: passam de botão à flor: desabrocham. Outras saem das faixas como os colibris da gema: enquanto não emplumam são monstrinhos; depois tornam-se maravilhas ou primores.

Era Emília um colibri implume; por conseguinte um monstrinho.

Seu crescimento fora muito rápido; tinha já altura de mulher em talhe de criança. Daí uma excessiva magreza: quanta seiva acumulava aquele organismo era consumida no desenvolvimento precoce da estatura.

Ninguém caracterizava com mais propriedade esse defeito de Emília do que a menina Júlia, sua prima. Quando as duas se agastavam, o que