generosa que o Sr. Duarte me ofereceu, tive para isso uma razão. Não sei se lhe disse?
— Creio que sim; mas não me recordo bem.
— Recusei por interesse...
— Ora, doutor!... murmurou timidamente a tia de Emília.
— É verdade, D. Leocádia, por interesse e ambição! Também tenho as minhas superstições! Acreditava, e ainda acredito, que a minha primeira cura me devia dar felicidade, se eu a votasse como pia oferenda à ciência e à humanidade. E não me enganei!... Foi sua amizade, Sr. Duarte, e a maneira por que recomendou o meu nome aos seus amigos que me fizeram conhecido e chamado.
— Diga o seu talento; isto sim é que o fez conhecido e há de torná-lo um dos primeiros médicos do Rio de Janeiro.
— Não tenho tais pretensões. Já vê pois, D. Leocádia, que meu desinteresse não passou de uma pequena especulação feita sobre a amizade e gratidão de sua família!
Durante esta conversa eu não deixara de observar Emília. Ela estava ainda na janela; a princípio fez um movimento para voltar-se, que logo reprimiu depois pendera a fronte na mão e conservara-se imóvel.
As minhas últimas palavras a arrancaram bruscamente a essa atitude pensativa; atravessou a sala e veio sentar-se no sofá, defronte de mim. Toda ela era desdém e altivez. Nós cruzamos um