ido ao Rio Comprido; muito cedo ainda, às sete horas da manhã, recebi um bilhete de D. Leocádia.
Dizia-me ela:
"Nós o esperamos hoje para jantar. Não lhe digo o motivo deste convite de propósito, para que a curiosidade de saber o obrigue a vir sem falta e mais cedo."
A letra era de Emília.
Eu tremi! É verdade, Paulo! Não conhecia ainda o caráter dessa menina; mas sabia já que ousadias tinha seu orgulho de mulher formosa, habituada a ver o mundo aplaudir-lhe todos os caprichos.
Que nova humilhação me reservava ela!
Admirei-me, chegando, da ausência de convidados, e especialmente da família de D. Matilde.
— Parece que não esperam ninguém mais — respondeu-me o criado. — O senhor mesmo janta na cidade.
Entretanto a casa, cujos reparos haviam completamente terminado, estava preparada como para grande recepção: notava-se em toda ela o ar de festa que expande a fisionomia dos edifícios como a das pessoas, porque os edifícios inspiram a alma daqueles que os habitam.