— Tenho motivos....
— Creio; ninguem se distrae á tôa.
— Escobar....
Hesitei; elle esperou.
— Que é?
— Escobar, você é meu amigo, eu sou seu amigo tambem; aqui no seminario você ó a pessoa que mais me tem entrado no coração, e lá fóra, a não ser a gente da familia, não tenho propriamente um amigo.
— Se eu disser a mesma cousa, retorquiu elle sorrindo, perde a graça; parece que estou repetindo. Mas a verdade é que não tenho aqui relações com ninguem, você é o primeiro e creio que já notaram; mas eu não me importo com isso.
Commovido, senti que a voz se me precipitava da garganta.
— Escobar, você é capaz de guardar um segredo?
— Você que pergunta é porque duvida, e nesse caso....
— Desculpe, é um modo de falar. Eu sei que é moço serio, e faço de conta que me confesso a um padre.
— Se precisa de absolvição, está absolvido.
— Escobar, eu não posso ser padre. Estou aqui, os meus acreditam, o esperam; mas eu não posso ser padre.
— Nem eu, Santiago.
— Nem você?
Segredo por segredo; tambem ou tenho o proposito de não acabar o curso; meu desejo é o com