82 DOM JOAO VI NO BRAZIL

e por avassalar, acreditaria, pelo menos no que toca a capi tal do Brazil, achar-se n outra parte do mundo; tanto tern a influencia da civilizagao da velha e esclarecida Europa con- seguido apagar n este ponto da colonia o cunho da selva- geria americana, para Ihe dar em troca o aspecto de uma mais alta cultura. A lingua, maneiras, architectura e in- fluxo das producgSes da industria de todas as partes do mundo, dao ao Rio de Janeiro uma apparencia europea (i).

Intellectualmente, nao ficava com certeza o Rio muito distanciado de Lisboa. Mau grado a desigualdade do appa- relho de acquisigao mental - - o Brazil, como e sabido, nao possuia estabelecimentos de ensino superior a instrucgao regulava a mesma, entre as classes educadas e claro, das quaes alguns membros tinhain feito estudos na metropole e outros eram verdadeiros auto-didactas. O Principe Regente nao tinha que estranhar por esse lado a mudanga, e o seu espirito nao soffreria isolamento no novo meio.

Dom Joao VI nao era o que hoje em dia chamariamos um cerebral, mas era uma pessoa deveras intelligente e com certo gosto, ate pronunciado, pelas cousas espirituaes. Apre- ciava como entendedor um bom sermao, tinha como toda a familia queda pela musica (2), gostava de fossar a toda

��(1) von Spix end von Martins, True els in Brazil, in the years 1S17-1<S1M). London. LSlM, Tomo I.

(-) Quanuo depois da partida das infantas para Cadiz a 2 de JU lho do INK;, o cinque de Ivnxcinbur.u o o o coronel Malcr foram visitar o Koi na ilha do (Jovcrnaclor, faxcndo a excursao n um do cscalcres da frapila de .uucrra J/erin-ioiie, <i\ic trouxora ao lilo dc Janeiro o <>m- baixador do Uci Christ ianissinio, J)oin .loao sr nao contcvo qnc> nao cxpriinissc ;:os visitantcs o sen sontimento de as nao haver ;:coin:pa- nhaido a handa dc bordo. (rorrospondoncia do Ilio no Arch, do Mm. <los Xe.u . lOsir. de Fram;a.) iKmi Joao ia, com alumna fretniencia p;:ra o convento da ilha do Governa dor e tinha ate por costume ahi passar a semana santa.

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