DOM JOAO VI NO BRAZIL 121

A propriedade tinha portanto ahi, as vistas dos vice-reis, to rnado um caracter menos aristocratico e menos feudal. Entre os senhores, para quern no dizer dos viajantes estrangeiros a moda nao era de todo uma desconhecida e a limpeza che- gava a ser familiar, existia a convivencia facultada pelas promptas communicacoes, Trocavam-se frequentes visitas de uns para outros engenhos, apezar das rivalidades e invejas tao costumeiras entre visinhos ruraes e ahi alimeni:adas, mais do que pela solidao, pelo clima doentio, que tornava os indi- viduos biliosos e irritaveis.

Para leste e norte, onde predominava o solo de argilla vermelha, variava a configuragao da capitania entre baixa- das, serros e lagoas, encerrando districtos povoados, com culturas e pastagens, e trechos inteiramente silvestres, nos quaes apenas floresciam macacos, papagaios e arapongas. O districto de Campos , no delta do Parahyba, raso e quente, era e continua a ser a melhor varzea d essa latitude para o cultivo da canna de assucar, n ella existindo em 1801, se- gundo a estatistica do padre Ayres do Casal, 280 engenhos. A esse tempo nao faziam mais do que comegar na capitani,* as plantacces de ca<fe, substituindo com sua folhagem lu- zente a folhagem escura das velhas mattas.

O porto do interior para o norte e bem assim das capi- tanias de Minas Geraes, Goyaz e Matto Grosso para o Rio de Janeiro e vice-versa d esta cidade para aquellas regioes, era o da Estrella, no fundo da enorme bahia onde desa- guam numerosos rios. Aos poucos annos de residencia da corte no Brazil e connexo desafogo do paiz, tornou-se ahi deveras consideravel o movimento, todo local, de sa- veiros, canoas e balsas, empregadas em pescarias, trazendo provisoes para o mercado do Rio, combustivel e madeiras de

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