146 DOM JOAO VI NO BRAZIL

o producto das baleias, de que se harpoavam mais de 200 nos melhores annos, em mais de dous milhoes de francos mais de 10.000 francos por baleia , vendendo-se a carne orgada em 2.000 arrobas, e o azeite orgado em 20 a 30 pipas de 70 canadas. As despezas representavam menos de dez por cento. A Bahia desenvolveu-se muito durante o reinado de D. Joao VI porque teve a boa fortuna, entre outras, de pos- suir a sua frente um capitao general - - o mesmo conde dos Arcos que estava como vice-rei no Rio e para alii foi man- dado quando a familia real se trasladou para o Brazil - - que timbrava em gastar em obras de utilidade e beneficio publico os rendimentos da sua capitania. Pouco dinheiro vinha por isso d ella para a capital, ao passo que Caetano Pinto, o capitao general de Pernambuco, costumava remetter fiel- mente para o Rio o producto completo da tributacao local, pelo que diz Tollenare 30 contos por mez. E evidente que em taes condigoes trabalho algum de monta se emprehendia em Pernambuco. Um e outro governador eram censurados, um pela sua inacgao e mesquinharia, o outro pela sua nimia diligencia e prodigalidade, mas com o segundo ao menos lu- cravam os povos confiados a sua direcgao. Spix e Martius, encarecendo o estado em que encontraram a Bahia, fallam o melhor possivel da administragao do conde dos Arcos, re- cordando que estabeleceu casas de educagao, montou cordoaria e fabrica de vidros, deu animagao aos estaleiros, extendeu a alfandega, reparou as casas da fundigao, levantou uma praca de commercio, ergueu fortes, construio um passeio publico, organisou o trem de artilheria, o reducto e os arma- zens militares, augmentou os regimentos de linha e de mili- cia, policiou a cidade, favoreceu a pesca e protegeu a cultura do fumo. O progresso era tao marcado que na ilha de Itapa-

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