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ziam commercio com a India Portugueza, transportavam negros da costa africana e traziam farinha de trigo, moveis e outras manufacturas dos Estados Unidos, levando em re- tribuigao assucar, melago e aguardente. ( I )
A cidade, de 25.000 habitantes em 1809, era cheia de luz, repleta de algazarra. Os seiis trez bairros, ligados por pontes, lancadas sobre os largos rios serenos, communicavam uma sensagao alegre, derivada sem duvida da alegria do clima, pois que o aspecto geral nao passava de pronunciada- mente provinciano, sendo mesquinhos quasi todos os edifi- cios, vulgares os conventos e templos, nullo o movimento feminine. A animagao que havia revelava-se toda ella mer- cantil, fornecida pelos negociantes e negros carregadores, mas era indubitavel. Demais, a prosperidade tinge de cor de rosa tudo em que toca.
Ja entao as residencias se espalhavam sob a forma de chacaras pelos arredores, notando-se a mesma tendencia de fugir, passado o ardor do dia e do negocio, dos pittorescos bancos de areia que formavam a antiga Mauricea, para as margens arborisadas dos rios sinuosos que entre elles vinham desaguar mansamente. Aquellas casas nao tinham pretengoes architectonicas, mas envolviam-se em fragrantes pomafes, abrigavam-se a sombra de mangueiras, jaqueiras colossaes, toucavam-se de rosas, cravos e jasmins. Ja existia entao tambem o mesmo nucleo de Inglezes, que na fidalga educa- qao tradicional da melhor classe da populacao enxertavam certa franqueza e liberdade de bom torn. A convivencia, quic.a maior e mais agradavel do -que n outro qualquer ponto do Brazil, denunciava-se amplamente pela danga, musica e jogo, suas expressoes habituaes. As procissoes e solemnidades
��(1) Henry Kostcr, Travels in Brazil, London, 1S16.
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