DOM JOAO VI NO BRAZIL 213

Joao na essencia um rei absolute mas na forma um rei constitucional.

No Brazil chegou a accentuar sem querer esta feigao, democratizando-se exteriormente em certo aspecto de accordo com o meio afim de agradar os seus subditos americanos, para os quaes nao eram incompativeis a despretengao do inter- curso regio e a ambicao de distincgoes mais marcadas do que a simples admissao as mesuras da corte e aos meneios do so- berano, pelos fidalgos portuguezes julgada assaz recom- pensa para a nossa rale de fortuna. A fortuna porem, per- mittindo a alguns Brazileiros darem luzimento a nova corte, quando os nobres portuguezes andavam na maioria de algi- beiras vazias - - pois que a tradicao do af fecto real e a recom- mendaqao da expatriagao voluntaria, com privagao dos bens patrimoniaes, eram razoes que podiam levar o throno a sustental-os, mas nao bastavam para enriquecel-os - - consti- tuia justamente o motivo que impellia aquelles nacionaes a pretenderem favores correlativos com os seus avultados bens e gracas harmonicas com a importancia mais crescida que se attribuiam.

Toda a habilidade de Dom Joao VI foi impotente para impedir que semelhante rivalidade fosse degenerando, na calida atmosphera politica do tempo, em sentimento sepa- ratista. Os fidalgos portuguezes tinham comecado por mos- trar a sua sobranceria egoista na questao das aposentadorias, complicada com a prescripgao do aluguel das lojas d essas habitac,6es particulares para maior facilidade de um commer- cio que a trasladagao da corte e a abertura dos portos esta- vam fazendo avolumar. O despeito d alguns, o receio n ou- tros de expoliac,oes novas, a carestia da vida sensivel para os menos abastados, foram provocando a retirada de um bom

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