296 DOM JOAO VI NO BRAZIL

Enganava-se por conseguinte o vice-rei Liniers quando, qualificando tao duramente o proceder ambicfoso do miniv- tro Lfnhares, repellido alias pelas auctoridades municipaes de Buenos Ayres, que chega a escrever que ate na politica de Tunis e de Argel seria uma tal conducta vista com execra- gao, langava contra a corte brazileira a increpagao de servir conscientemente de instrumento do gabinete de Saint James, "poniendo a los ingleses en estado de balancear la fortuna de Europa con la dominacion americana" (i). A Gra Bre- tanha convinha antes por todos os principios a autonomia sul-americana, que ia necessariamente resultar da desaggrega- gao comegada, a sombra da qual tratava Dona Carlota Joa- quina esperangosamente de adiantar o seu jogo, que nao faltou muito que ganhasse gracas aos trumfos que Ihe che- gavam-

O primeiro homem de talento e de valor que no Rio da Prata abragou a sua candidatura, D. Manoel Belgrano, o fez no intuito nao so de bem assegurar, por meio de uma solugao pratica, o desligamento do vice-reinado do Prata da Hespanha entao napoleonica, como de crear para a colo- nia elevada a estado uma situagao de ligagao toda pessoal com o seu soberano, de todo differente da antiga dependen- cia da metropole e seus archaicos conselhos. Belgrano e os que o acompanhavam Castelli, Pueyrredon, Mariano Mo reno entre outros - - na porf iada propaganda em prol da candidatura da Princeza do Brazil, preferindo obedecer a uma Infanta da casa hespanhola legitimamente reinante a porem-se as ordens de adventicios politicos, francezes usur- padores, liberaes da mai patria ou conservadores da colonia, cogitavam de uma monarchia constitucional, forma que Ihes

��(1) British Museum, Cod. cit.

�� �